Desconhecidos os efeitos dos telemóveis na saúde a longo prazo

Os efeitos das radiações dos telemóveis na saúde estiveram uma vez mais em análise. Uma das maiores investigações realizadas nesta âmbito, no Reino Unido, conclui que a tecnologia móvel não causa quaisquer efeitos biológicos ou adversos na saúde humana a curto prazo, ou seja, quando utilizada durante dez anos. Contudo, o estudo, que analisou sobretudo a possibilidade de risco de desenvolvimento de cancro no cérebro e no sistema nervoso, não apresenta conclusões no que toca a efeitos a longo prazo.

O relatório, produzido pela Health Protection Agency para o comité de gestão do "Mobile Telecommunications & Health Research Programme", analisou as funções cerebrais, a sensibilidade a sinais eléctricos e os efeitos das radiações nas células de voluntários. Apesar de não terem sido encontradas quaisquer evidências de problemas pela utilização a curto prazo, os efeitos da expoisção a longo prazo não ficaram claros. A amostra não era suficiente para tirar conclusões, pelo que o comité recomenda mais estudos nesta área.

«Os sintomas relacionados com o cancro raramente são detectados antes de terem passado dez a quinze anos do evento que o pode desencadear. E, como poucas pessoas utilizam o telemóvel com regularidade há tanto tempo, é muito cedo para se afirmar se os telemóveis podem levar ao desenvolvimento de cancro ou de outras doenças, como Alzheimer ou Parkinson, que não foram de todo estudadas», pode ler-se no relatório.

Outro ponto que não ficou claro prende-se com o efeito das radiações nas crianças: «A reacção das crianças a agentes do ambiente, como fumo de tabaco, chumbo ou radiação ultra-violeta pode ser diferente ou até mais forte do que a que se regista em adultos. É por isso possível que o mesmo se verifique na exposição aos sinais das comunicações móveis. E, até agora, muito pouco tem sido feito para investigar isto».

 

Fonte: Sapo / NBRSolutions

14/09/2007