Sangue garantido no país graças a mil dadores/dia

As necessidades nacionais de sangue equivalem à doação de mil voluntários por dia e têm sido asseguradas. Não há quebra nas reservas, mantidas com um horizonte de sete dias, diz o Instituto Português do Sangue.

O apelo a dadores feito há dias pelo Hospital de Portimão, no Algarve deveu-se a uma situação invulgar, em que três doentes careceram cada um de mais de 30 unidades ao sofrerem de graves hemorragias. Esta explicação foi dada ao JN pelo director do Instituto Português do Sangue, que referiu estarem a reservas a um nível "muito satisfatório" para esta época do ano.

Segundo Gabriel Olim, a estratégia que está a ser cumprida nesta matéria deixa aos hospitais reservas suficientes para quatro a cinco dias, havendo no IPS, como segunda linha, reservas para mais três a quatro dias. Em termos de quantidades a garantir nacionalmente, o que vem sendo garantido é um horizonte de sete dias.

O Instituto Português do Sangue "negociou" com as associações de dadores a passagem de muitas das recolhas que poderiam ter sido feitas em Maio e Junho para os meses de Agosto e Setembro. Esta reprogramação visa, segundo Gabriel Olim, garantir precisamente os meses mais vazios, aqueles de paragem em escolas e muitas empresas.

"Os dadores, esses, estão bem informados", comenta Gabriel Olim sobre os resultados de um inquérito promovido pela DECO Proteste, também realizado na Bélgica, Alemanha Espanha e Itália, e que em Portugal contou com a parceria do IPS.

Os resultados referem uma imagem positiva dos serviços de recolha de sangue, mas são referidas críticas (por 59% dos inquiridos) quanto à não apresentação ou alegada falta de clareza do documento de consentimento da doação. De igual modo, entre os 2.400 respondentes, só um quinto afirmou ter sido informado de riscos, como dor ligeira ou tonturas, na sequência da dádiva.

A grande maioria (88%) considerou satisfatórios os profissionais e locais de recolha, mas queixou-se do tempo de espera. Gabriel Olim considera que, quanto a este último aspecto, algo haverá a fazer. Quanto a outras críticas, como a informação sobre riscos, considera que terão sido feitas por quem não é dador.

Fonte: Jornal de Notícias / NBRSolutions

16/08/2008